domingo, 22 de fevereiro de 2015

Especial Oscar - Birdman

            Olá, aqui é a Carol mas não são as minhas palavras sobre Birdman que vocês irão ler hoje. Hoje a postagem vai ser de parceria. Convidei minha amiga Brendha do blog Palavras Alienadas para falar do filme, visto que conheço e confio muito na opinião dela e também para vocês a conhecerem. Então, espero que gostem. E não deixem de conferir o blog dela, recomendo! Até mais.

Olá, pessoas! Eu sou a Brendha, do blog Palavras Alienadas, e vim até aqui hoje (obrigada pelo convite, Carol!) com uma missão muito importante (momento 007): dividir com vocês as minhas impressões e opiniões sobre um dos filmes que estão concorrendo ao Oscar 2015 - Birdman. Ele é, sem dúvidas, a minha aposta para a categoria de Melhor Filme e falar sobre ele vai ser, ao mesmo tempo, divertido, mas muito difícil, porque parece que quando mais a gente gosta de uma obra, mais complicado fica de explicar o fundamento disso. Então, sem mais delongas, vou começar a falar sobre Birdman (ou A Inesperada Virtude da Ignorância).




A premissa inicial do filme trata-se da história de Riggan Thomsom, que poderia muito bem ser a história do próprio Michael Keaton (visto que ele e seu personagem viveram dramas parecidíssimos), um ator que na década de 80 deu vida a um super-herói que se tornou ícone cultural (Birdman, no caso do Riggan; Batman, no caso do Keaton), e agora, anos depois, se vê longe dos holofotes, sem nenhum outro papel memorável em seu currículo, correndo atrás do reconhecimento como ator e buscando seu lugar no mundo. Nessa busca incessável pelo próprio espaço, Riggan decide dirigir, roteirizar e estrelar a adaptação de um texto consagrado para a Broadway, "O Que Falamos Quando Falamos Sobre Amor". E é a partir disso que a trama começa a se desenvolver.

Já no início do filme um ator que estaria na peça acaba sofrendo um acidente e para substituí-lo eles acabam contratanto Mike Shine (Edward Norton) que é super famoso e surge, aos olhos de Riggan, como uma garantia de sucesso. Aos poucos é possível perceber o contraste gritante entre Riggan e Mike e isso é um ponto interessantíssimo da obra. Enquanto o primeiro parece preocupado em deixar todas as pontas bem amarradas para que seu retorno seja bem visto (pela crítica, pelo público...), Mike só faz refestelar sobre a desgraça alheia, tomando umas posições de "artista" bem típicas daqueles que estão no auge de sucesso - e há boatos que Ed Norton também é assim “difícil de lidar” na vida real. 

A vida imita a arte e a recíproca é totalmente verdadeira, até aí nenhuma novidade. Sendo assim, à primeira vista pode muito bem parecer Birdman vai ser só mais um filme sobre clichês do mundo dos artistas, mas a obra vai muito além disso. Dirigido pelo Alejandro González Iñárritu, o filme nos apresenta, de uma forma totalmente inusitada, com toques de fantasia e exagero cômico, as diversas camadas dos atores que parecem estar interpretando versões caricatas de si mesmos, a representação de como se imagina que sejam os críticos de arte, críticas àqueles que consomem blockbusters, assim como àqueles que endeusam o teatro - julgando ser uma forma mais “pura” de arte do que o cinema.

O filme se passa quase todo dentro do ambiente do teatro, nos apresentando os bastidores e os dramas vividos pelos atores e funcionários envolvidos com a peça. A forma como as cenas foram filmadas (com a técnica de plano-sequência) dá a impressão de que a câmera acompanha todos os movimentos dos atores e o ponto de vista individual dos mais relevantes, nos fazendo embarcar nessa viagem extraordinária por trás das cortinas de um espetáculo. A narrativa frenética na maior parte do tempo, com alguns momentos de calmaria, nos reflete claramente as angústias e pensamentos de Riggan, compondo sinesteticamente a interpretação e absorção dos detalhes passionais da trama. Somos envolvidos por uma trilha sonora que é estranhamente boa e combina com todo o enredo e composição visual do filme.

Além de Michael Keaton e Edward Norton, o longa conta com a participação de outros atores igualmente incríveis como: Emma Stone, Zach Galifianakis, Amy Ryan, Lindsay Duncan, dentre outros. Keaton está concorrendo ao Oscar de Melhor Ator, Ed Norton concorre ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Emma Stone está no páreo de Melhor Atriz Coadjuvante e a obra pode levar algumas estatuetas mais “artísticas” pra casa, pois está concorrendo a Melhor Filme, Diretor, Fotografia, Edição de Som, Mixagem de Som e Roteiro Original, recebendo, junto com O Grande Hotel Budapeste, o maior número de indicações.

Bom, pessoal, por hoje é só. Espero que vocês tenham gostado da forma como eu falei sobre o filme e espero seus comentários sobre ele. Até a próxima!

                E ah, esse infelizmente vai ser o último Especial Oscar antes da premiação. Sei que faltaram alguns filmes, mas aconteceram alguns problemas de tempo que fizeram com que eu não conseguisse assistir à todos, peço desculpas e prometo que no próximo vou me programar melhor! Ah, não deixem de conferir a crítica da Brendha sobre "Boyhood" no blog dela, eu já assisti ao filme, mas não tive tempo para escrever sobre ele, porém, concordo com boa parte do que ela escreveu.
                E não percam a premiação essa noite, afinal, Oscar é Oscar e um Oscar apresentado por Neil Patrick Harris promete ser nada menos que LEGEN-wait for it-DARY! LEGENDARY! Então, suit up e assistam! 

Até a próxima, 
Carol Souza.

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"O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou" (Abu Shakur).