Título: Ciclo da Lua
Título Original: Ciclo da
Lua
Autor: César Magalhães
Borges
Quantidade de páginas: 92
Editora: Plêiade
Publicação: 2011
Preço Médio: R$ 2,30 – R$
15,90
Sinopse:
“O ciclo inicia-se com a
apresentação de uma carta lunar, cujas cores, verde, vermelho, violeta e azul
representam, respectivamente, a primavera, o verão, o outono e o inverno como,
também, os elementos da natureza. E nessa trilha do ciclo apresenta-se a lua.
Segue-se a lua crescente por uma revoada de um vermelho carmim. Vem a lua cheia
tecida num plantio de violetas. Aparece a minguante dando sua face em azul e
renova-se o ciclo da lua nova aí, e vai...”
Opinião:
“Ciclo da Lua” trata-se de
um livro de poesia, e esta talvez tenha sido a primeira vez que eu tenha lido
um livro de poemas que tenha sido escrito por um autor que não seja muito
conhecido. Com isso percebi que preciso fazer isso mais vezes. Ganhei este
livro na escola há anos e nunca tinha me interessado em lê-lo, mas foi
realmente uma experiência agradável e destacarei aqui os principais pontos
positivos para que você também leia este livro.
Linguagem:
A linguagem utilizada por
César Magalhães Borges está longe de ser medíocre, mas sua simplicidade chega a
impressionar um pouco aos que já estão acostumados com a grande quantidade de
floreios dos poetas. Ou seja, é um ótimo livro para aqueles que não costumam
ler poesia no seu dia-a-dia e pretendem começar a fazer isso.
Organização:
As cores usadas nos poemas,
como foi explicado na sinopse do livro, servem muito como uma forma de
estabelecer agrupamento de textos e delimitar melhor sua temática. No geral, a
maneira como esta organização de fases da lua e estações do ano foi colocada
deixou bastante visível a barreira que difere os textos uns dos outros ou
aproxima suas semelhanças.
Temática:
Fica bastante claro que o
poeta estabeleceu a si mesmo uma temática e conseguiu cumpri-la com perfeição.
No espaço reservado à lua nova e à primavera, por exemplo, encontramos poemas
com caráter esperançoso, que falam sobre renovação e esperança. Já a parte
reservada ao verão e sua lua crescente parece nos trazer poemas ensolarados,
seja pelo sol que gostamos de aproveitar ou por aquele nos faz suar enquanto
trabalhamos. O mesmo acontece com as características empregadas nos outros
poemas de acordo com sua estação e fase da lua correspondente.
Liberdade:
É possível sentir a
liberdade do próprio poeta ao escrever os versos, pois este não se mantém
obrigatoriamente preso à uma padronização de estrofes ou a uma necessidade de
rimas. A maior parte dos poemas presentes no livro não possui rimas e isso
prova que não é necessário escrever versos rimados para que estes produzam a
musicalidade buscada em toda poesia.
Acessibilidade:
Como foi informado ali em
cima, o preço deste livro é extremamente barato e isso contribui muito para que
a leitura dele seja disseminada com facilidade. Como o ganhei, não precisei
comprá-lo, mas caso esteja interessado em adquiri-lo, recomendo que o procure
diretamente no site da Estante Virtual. Por se tratar de um poeta pouco
conhecido, não é tão fácil encontrar seu livro à venda e o único lugar em que
consegui encontrá-lo foi lá.
Incentivo:
Todos sabemos que o Brasil
possui grandes poetas, tais como Vinícius de Moares, Manuel Bandeira e outros.
No entanto, o gênero da poesia não tem sido tão valorizado nos últimos anos por
aqui, por isso é importante que também possamos ler bons poetas contemporâneos,
como César Magalhães Borges. Isso incentiva a poesia nacional a crescer cada
vez mais.
Olho
o meu roçado
e
nele vejo palavras.
Tudo
o que
se
voltar ao chão,
do
chão voltará
em
vida.
Tive
de experimentar
toda
cor de pecado e perdão
para
um dia (talvez),
ser
branco,
branco
purificado.
Eu
poderia ter nascido branco,
poderia
ter nascido claro,
Mas
nasci
com
a cor de todo homem
marcado
com a carta do viver
sem
prescrições.
É
isto que nos conduz
à
Terra
-
plantar,
colher,
plantar,
colher...
–
Um
sol difuso,
fluido
de luz e sombra.
Olho
o meu roçado
e
nele vejo palavras.
Palavra
que se fez de medo,
Palavra
que se fez de angústia,
Palavra
que, de só,
se
fez.
Palavra
que se fez de encontros,
Palavra
que se fez de amor,
Palavra
que se fez por arte
e
por enganos
também
se fez.
A
alma que se fez
da
fala,
Palavra
que se fez
Palavra,
Palavra
que se fez,
de
fato.
Um
dia,
o
céu se cumprirá
em
nós.
(Plantio
– César Magalhães Borges)
Espero que este poema e este
livro possam ser apreciados tanto pelos amantes da poesia quanto por aqueles
que ainda não estão acostumados com a leitura de poemas. Este é um ótimo livro
para começar, por isso adoraria saber se algum de vocês aí já leu ou está
pensando em ler também. Deixe seu comentário aqui em baixo, adoramos a
participação de vocês.
Beijos.
Jéssica Martins
Gostei muito.
ResponderExcluirPoderia me contar o final por favor
ResponderExcluirGostei bastante .
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