domingo, 1 de março de 2015

[RESENHA] – O Festim dos Corvos – As Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin


Título: O Festim dos Corvos

Título Original: A Feast For Crows

Autor: George R. R. Martin

Quantidade de páginas: 641

Editora: Leya

Publicação: 2012

Preço Médio: R$ 22,38 – R$ 49,90






Sinopse:
“Dando continuidade à saga mais ambiciosa e imaginativa desde "O senhor dos anéis", "As crônicas de gelo e fogo" prosseguem após o violento triunfo dos traidores. Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os Homens de Ferro estão prestes a emergir com uma força implacável, a rainha regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real. Os jovens lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido à sua maneira no jogo dos tronos. Arya abandonou Westeros ruma a Bravos, Bran desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado comandante da Muralha, mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis. No meio de toda a intriga, do outro lado do mar começam a surgir histórias sobre dragões e fogo...

Quando os habitantes das Ilhas de Ferro se reúnem em Assembleia para escolher seu novo Rei, não é apenas o destino dessas ilhas que está em jogo. O novo rei tem como objetivo declarado conquistar Westeros. E seu povo parece acreditar nele. Mas conseguirá esse rei cumprir seu objetivo? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família e cercada por um conselho que ela mesma considera incapaz, precisa lidar ainda com a ameaçadora presença de uma nova corrente militante da Fé. Como se desvencilhará de tal enredo? A guerra está prestes a terminar, mas as terras fluviais continuam assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrio ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurou solenemente a Catelyn Stark não voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o Regicida é um homem sem honra. Ou será que estão todos enganados?”

Opinião:
Antes de começar a ler este quarto livro da saga, falei com algumas pessoas que já o tinham lido, e logo me desanimei. Muitos consideram que “O Festim dos Corvos” seja o pior dos livros da saga “As Crônicas de Gelo e Fogo”. No entanto, esta não é a minha opinião, e apesar de admitir que não pude encontrar neste volume toda a emoção vista em “A Tormenta de Espadas”, alguns pontos me chamaram a atenção e fizeram com que eu considerasse este livro muito bom, a ponto de ser o que eu consegui ler com maior rapidez, sem empacar nenhuma vez. Destaco aqui os elementos que fizeram com que o livro se tornasse interessante.

Ilustração feita por Marc Simonetti, que representa um dos Filhos do Guerreiro, um grupo religioso.

Capítulos:
Neste livro, a novidade principal está nos capítulos. Primeiro, é importante dizer que o livro não traz capítulos de todos os personagens tratados como importantes nos livros anteriores. Faltam os capítulos de Daenerys, Tyrion, Jon, Davos e Bran, que o autor garante estarem presentes no quinto livro da saga. Além dos capítulos de Sansa, Jaime, Sam e Arya, com os quais já estávamos acostumados, “O Festim dos Corvos” trás os capítulos de Cersei e Brienne. Além disso, o livro também conta com vários capítulos importantes que não são nomeados com o nome de um personagem, mas sim com a sua função. Por exemplo: o capítulo “O Profeta”, poderia se chamar “Aeron”, por se tratar do ponto de vista de Aeron Greyjoy, e este recurso é usado simplesmente porque Aeron não possui mais do que um capítulo.

Os Greyjoy:
Até então, tudo o que os leitores sabiam sobre a Casa Greyjoy e os costumes da Ilhas de Ferro foi o que podia ser demonstrado pelos personagens Theon, Asha e Balon nos livros anteriores. No entanto, neste volume, temos uma visão amplificada desta Casa com a aparição de dois novos personagens incríveis. Se você já gostava dos Greyjoy antes de ler este livro, depois de lê-lo este amor só vai aumentar.

Pyke na série, onde acontece grande parte da narrativa direcionada aos Greyjoy.

Os Martell:
Muito pouco era visto dos dorneses nos livros anteriores, porém, assim como no caso dos Greyjoy, os Martell são abordados com mais detalhes neste livro e é possível ter uma visão clara da forma como eles são diferentes dos habitantes de Porto Real e de lugares mais ao Norte. Também surgem novos personagens entre os Martell, e estes são fortes e dispostos a lutar por aquilo em que acreditam.

Bravos:
Bravos era tratada como uma cidade distante e o único personagem importante que conhecíamos de lá era Syrio Forel. Porém, a partir deste livro, podemos conhecer o interior de Bravos, e eu admito que me surpreendi muito. Bravos tem alguns aspectos que eu, particularmente, considero que deviam ser importantes em qualquer cidade, e o principal deles é a tolerância que demonstram diante de alguns elementos e situações.

Entrada de Bravos na série.


Personagens femininas:
A presença feminina neste livro é bem mais marcada do que nos livros anteriores. Como foi visto acima, o livro conta com a maior parte dos capítulos destinados às mulheres, que se mostram bastante fortes na trama. Até mesmo Sansa, que sempre pareceu a mais ingênua das personagens parece estar evoluindo muito na esperteza ao lado de Mindinho. Destaco a importância das mulheres que lutam bravamente neste livro, tanto usando uma cota de malha e armas quanto com inteligência e sensualidade.

Brienne:
Eu poderia destacar que neste livro Asha é mostrada com uma sensibilidade que transcende a que já vimos nos livros anteriores, ou dizer que Cersei toma atitudes que beiram ao desespero, porém a personagem que impactou mais para mim ao longo da narrativa foi Brienne. Já sabíamos que a moça era responsável, disciplinada e forte, mas neste livro isso atinge níveis absurdos. Com o fato de podermos acompanhá-la em seu próprio capítulo passamos a entender mais seus sentimentos, medos, receios e desconfianças. Me comovi bastante com ela, com sua história de vida e lealdade.

Ilustração de Brienne (infelizmente não encontrei os créditos da imagem). 

“(...) - Todos mentem quando têm medo. Alguns contam muitas mentiras, outros só algumas. Alguns têm só uma grande mentira que contam com tanta frequência, que quase chegam a acreditar nela... embora uma pequena parte de si saiba sempre que continua a ser uma mentira, e isso transparece-lhes no rosto.”

E é por esses e outros motivos que você também não pode deixar de ler este livro. Como eu já disse, este não é um livro de ação, como foi “A Tormenta de Espadas”, mas um livro em que os personagens preferem usar estratégia do que força para resolver os problemas. E se você já leu este livro, comente aqui embaixo o que achou dele também.

Beijos

Jéssica Martins


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"O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou" (Abu Shakur).