Título: O Festim dos Corvos
Título Original: A Feast For
Crows
Autor: George R. R. Martin
Quantidade de páginas: 641
Editora: Leya
Publicação: 2012
Preço Médio: R$ 22,38 – R$
49,90
Sinopse:
“Dando
continuidade à saga mais ambiciosa e imaginativa desde "O senhor dos anéis", "As
crônicas de gelo e fogo" prosseguem após o violento triunfo dos traidores.
Enquanto os senhores do Norte lutam incessantemente uns contra os outros e os
Homens de Ferro estão prestes a emergir com uma força implacável, a rainha
regente Cersei tenta manter intacta a força dos leões em Porto Real. Os jovens
lobos, sedentos por vingança, estão dispersos pela terra, cada um envolvido à
sua maneira no jogo dos tronos. Arya abandonou Westeros ruma a Bravos, Bran
desapareceu na vastidão enigmática para além da Muralha, Sansa está nas mãos do
ambicioso e maquiavélico Mindinho, Jon Snow foi proclamado comandante da
Muralha, mas tem que enfrentar a vontade férrea do rei Stannis. No meio de toda
a intriga, do outro lado do mar começam a surgir histórias sobre dragões e
fogo...
Quando
os habitantes das Ilhas de Ferro se reúnem em Assembleia para escolher seu novo
Rei, não é apenas o destino dessas ilhas que está em jogo. O novo rei tem como
objetivo declarado conquistar Westeros. E seu povo parece acreditar nele. Mas
conseguirá esse rei cumprir seu objetivo? Em Porto Real, Cersei enreda-se cada
vez mais nas teias da corte. Desprovida do apoio da família e cercada por um
conselho que ela mesma considera incapaz, precisa lidar ainda com a ameaçadora
presença de uma nova corrente militante da Fé. Como se desvencilhará de tal
enredo? A guerra está prestes a terminar, mas as terras fluviais continuam
assoladas por bandos de salteadores. Apesar da morte do Jovem Lobo, Correrio
ainda resiste ao poderio dos Lannister, e Jaime parte para conquistar o
baluarte dos Tully. O mesmo Jaime que jurou solenemente a Catelyn Stark não
voltar a pegar em armas contra os Tully ou os Stark. Mas todos sabem que o
Regicida é um homem sem honra. Ou será que estão todos enganados?”
Opinião:
Antes de começar a ler este quarto livro da saga, falei com algumas pessoas que já o tinham lido, e logo me desanimei.
Muitos consideram que “O Festim dos
Corvos” seja o pior dos livros da saga “As
Crônicas de Gelo e Fogo”. No entanto, esta não é a minha opinião, e apesar
de admitir que não pude encontrar neste volume toda a emoção vista em “A Tormenta de Espadas”, alguns pontos me
chamaram a atenção e fizeram com que eu considerasse este livro muito bom, a
ponto de ser o que eu consegui ler com maior rapidez, sem empacar nenhuma vez.
Destaco aqui os elementos que fizeram com que o livro se tornasse interessante.
Ilustração feita por Marc Simonetti, que representa um dos Filhos do Guerreiro, um grupo religioso. |
Capítulos:
Neste livro, a novidade
principal está nos capítulos. Primeiro, é importante dizer que o livro não traz
capítulos de todos os personagens tratados como importantes nos livros
anteriores. Faltam os capítulos de Daenerys, Tyrion, Jon, Davos e Bran, que o
autor garante estarem presentes no quinto livro da saga. Além dos capítulos de
Sansa, Jaime, Sam e Arya, com os quais já estávamos acostumados, “O Festim dos
Corvos” trás os capítulos de Cersei e Brienne. Além disso, o livro também conta
com vários capítulos importantes que não são nomeados com o nome de um
personagem, mas sim com a sua função. Por exemplo: o capítulo “O Profeta”,
poderia se chamar “Aeron”, por se tratar do ponto de vista de Aeron Greyjoy, e
este recurso é usado simplesmente porque Aeron não possui mais do que um
capítulo.
Os Greyjoy:
Até então, tudo o que os
leitores sabiam sobre a Casa Greyjoy e os costumes da Ilhas de Ferro foi o que
podia ser demonstrado pelos personagens Theon, Asha e Balon nos livros
anteriores. No entanto, neste volume, temos uma visão amplificada desta Casa
com a aparição de dois novos personagens incríveis. Se você já gostava dos
Greyjoy antes de ler este livro, depois de lê-lo este amor só vai aumentar.
Os Martell:
Muito pouco era visto dos
dorneses nos livros anteriores, porém, assim como no caso dos Greyjoy, os
Martell são abordados com mais detalhes neste livro e é possível ter uma visão
clara da forma como eles são diferentes dos habitantes de Porto Real e de
lugares mais ao Norte. Também surgem novos personagens entre os Martell, e
estes são fortes e dispostos a lutar por aquilo em que acreditam.
Bravos:
Bravos era tratada como uma
cidade distante e o único personagem importante que conhecíamos de lá era Syrio
Forel. Porém, a partir deste livro, podemos conhecer o interior de Bravos, e eu
admito que me surpreendi muito. Bravos tem alguns aspectos que eu,
particularmente, considero que deviam ser importantes em qualquer cidade, e o
principal deles é a tolerância que demonstram diante de alguns elementos e
situações.
Personagens femininas:
A presença feminina neste
livro é bem mais marcada do que nos livros anteriores. Como foi visto acima, o
livro conta com a maior parte dos capítulos destinados às mulheres, que se
mostram bastante fortes na trama. Até mesmo Sansa, que sempre pareceu a mais
ingênua das personagens parece estar evoluindo muito na esperteza ao lado de
Mindinho. Destaco a importância das mulheres que lutam bravamente neste livro,
tanto usando uma cota de malha e armas quanto com inteligência e sensualidade.
Brienne:
Eu poderia destacar que
neste livro Asha é mostrada com uma sensibilidade que transcende a que já vimos
nos livros anteriores, ou dizer que Cersei toma atitudes que beiram ao
desespero, porém a personagem que impactou mais para mim ao longo da narrativa
foi Brienne. Já sabíamos que a moça era responsável, disciplinada e forte, mas neste
livro isso atinge níveis absurdos. Com o fato de podermos acompanhá-la em seu
próprio capítulo passamos a entender mais seus sentimentos, medos, receios e
desconfianças. Me comovi bastante com ela, com sua história de vida e lealdade.
Ilustração de Brienne (infelizmente não encontrei os créditos da imagem). |
“(...)
- Todos mentem quando têm medo. Alguns contam muitas mentiras, outros só
algumas. Alguns têm só uma grande mentira que contam com tanta frequência, que
quase chegam a acreditar nela... embora uma pequena parte de si saiba sempre
que continua a ser uma mentira, e isso transparece-lhes no rosto.”
E é por esses e outros
motivos que você também não pode deixar de ler este livro. Como eu já disse,
este não é um livro de ação, como foi “A
Tormenta de Espadas”, mas um livro em que os personagens preferem usar estratégia do que força para resolver os problemas. E se você já leu este livro,
comente aqui embaixo o que achou dele também.
Beijos
Jéssica Martins
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"O fruto de cada palavra retorna a quem a pronunciou" (Abu Shakur).