Nunca me incomodei com minha idade antes. Não
tinha o mínimo problema em dizê-la em alto e bom tom. Porém, quando estamos saindo
da casa dos 20, parece que um peso ENORME gerado por mil expectativas recai
sobre nós, prévios jovens, agora entrando na tão temida classificação: ADULTO.
Devo confessar que fiz de um tudo para manter corpo e mente jovens: malhei,
comi saudável, li, viajei, tentei não me estressar, procurei estar em paz
comigo e com os outros, e todas essas coisas que são ditas que te mantém FOREVER YOUNG. Cresci escutando que teríamos que ser como
criança, mantendo a pureza, sinceridade… E assim
sempre tentei ser uma. Me identifiquei tanto com o papel que hoje sou professora
de centenas e o convívio diário me renova constantemente.
Minha nóia começou quando, ao fazer minha
reflexão anual, percebi que a maioria das pessoas que conheço que estão perto
ou com mais de 30 já tem TODA uma vida bem conforme a sociedade manda: casa,
filhos, carro, trabalho, planos sólidos para o futuro. Já eu... hahaha. Bateu
aquele famoso sentimento: o que eu estou fazendo da minha vida?? Li e reli
milhões de textos sobre um milhão de coisas a se fazer antes dos 30. Pensei: vai
que fazendo algumas delas me sinto realizada e chego aos 30 com sensação de
dever cumprido, mesmo estando fora dos padrões da sociedade. Me mandaram viajar
sozinha, fazer mudança radical no visual, fazer uma tatuagem, transar com caras
no primeiro encontro, ficar bêbada com as amigas, viajar com elas, fazer algo que não faria
normalmente, viver um grande amor (e um pequeno também) e tantas outras coisas
mais que nem me lembro. Graças a Deus não passei por esse momento sozinha. As
melhores (amigas) também tornam-se balzaquianas menos de dois meses depois de
mim (e uma antes ;)). Compartilhamos listas de coisas a fazer, angústias,
expectativas e nos estimulamos a cumprir alguns itens da lista. Eu, como sou
mais competitiva (comigo mesma) e exijo sempre o melhor de mim, resolvi cumprir
o máximo desses MUST antes dos 30 e
ainda acrescentei uns outros à minha escolha. Queria ver se assim me sentiria
plena e com sensação de dever cumprido. Das coisas que consegui realizar, muitas transformaram minha vida e meu jeito
de ver o mundo. Outras nem fizeram diferença e algumas nem mesmo cheguei a
fazer (mas a tattoo já tem data).
Então aqui estou, a beira dos 30 e ainda não me
sentindo plena. Ainda sentindo que tenho muito a fazer pra deixar minha marca
no mundo. Talvez, pra sociedade, eu esteja fora dos padrões. Não sou casada
(nem namorado tenho), não tenho filhos nem casa própria e nem expectativa pra
um futuro muito mais distante que os próximos 5 anos. Pra ser sincera, esses
planos pros próximos 5 anos se resumem a VIAGENS, meu grande caso de amor, o
que provavelmente não deve nem contar. Assim, resolvi que ao invés de pensar em
tudo aquilo que não conquistei antes dos
30, listei tudo o que eu SIM fiz antes de ele chegar. E foi MUITA coisa.
Coisas que a maioria das pessoas com a vida que a sociedade acha que eu devo
ter demorariam uma vida para cumprir. Então por que também não tenho o direito
de demorar essa mesma vida pra chegar lá onde eles estão? Vamos ser justos, né?
E outra, será que é essa a vida que eu
REALMENTE quero?
Num dos foras mais doloridos que já levei, o
cara me disse que eu estava perdendo meu tempo com ele, que eu fosse dedicá-lo a
outras coisas e pessoas. Doeu, mas essa frase foi o meu wake up call: a vida é curta demais pra perder tempo com coisas que
não valem a pena e pessoas que não merecem. E assim passei a tentar viver
intensamente, fazendo contar cada minuto, valorizando cada momento vivido e
buscando a felicidade nas pequenas coisas. Clichê? Talvez. Mas Os 30 estão ai batendo
na porta. E eu, agora, feliz em recebê-los , pois até aqui muitas realizações,
experiência e felicidade me trouxeram. O medo de perder tempo ficou pra trás,
porque vi que o que menos fiz foi disperdiçá-lo. O que não deu certo serviu de
aprendizado. Acho que na vida sempre teremos a sensação de poder mais, de
querer mais, não importando a idade. A plenitude talvez seja utópica. Não sei.
Mas quero descobrir. E pra isso vou destinar meu precioso tempo sonhando e
buscando. Quem sabe não esbarro com ela por ai, quando menos esperar? Live, or
die trying (Viva, ou morra tentando).
A verdade Ale, é que você aproveitou a vida muito mais do que quem vive de acordo com a "sociedade". Quem vive de acordo com a sociedade não vive, sobrevive! Quando essas pessoas chegam aos 30 nem tem história pra contar. Enquanto você... certamente tem histórias que não acabam mais e a verdade, é que o que realmente importa são as experiências, e essas...você tem de sobra! Feliz Aniversário adiantado! :*
ResponderExcluirooow que linda Aleyne! Histórias realmente tenho de sobra! muito obrigada! ;)
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